quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Tour Mistral 2009 - Belo Horizonte



Participei na quinta passada, dia 20, do Tour Mistral aqui em Belo Horizonte. O evento passou ainda por São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba. Como esperado, o evento foi de alto nível e muito produtivo. Deu para degustar vários vinhos e de vários produtores. O único pesar foi a ausência dos franceses.
Os destaques (assinalei em azul os top 10):

Argentina:
Catena Zapata
Esse nome já diz tudo. É o grande responsável pelo boom da Malbec na Argentina. Grandes vinhos na mostra. Destaque para:

Angélica Zapata Chardonnay 2004 - um Chardonnay no estilo Borgonha. Fino, elegante e num bom preço.
Angélica Zapata Malbec 2004- entre os melhores exemplares dessa casta que já provei.

Catena Alta Cabernet Sauvignon 2005 - Um grande vinho, estruturado e complexo.

Catena Zapata Estiba Reservada 2003 - Um grande "Bordeaux" dos pampas. Simplesmente extraorinário. Um dos top 10 da noite.

Catena Semillon Doux 2006 - botritizado muito bom. O doce se confrontando com a leve acidez de forma muita harmonioza.

Tikal (Ernesto Catena)
Da família Catena Zapata, outro ótimo produtor argentino que foi responsável por uma das grandes novidadades da noite. Provei toda sua linha. O representante Andrés Ridois era um sujeito engraçadíssimo, muito bem humorado e conversado. A cada vez que servia um convidado, também se servia de uma dose. Ao final da noite já estava bem alterado. Sobressaíram:
Alma Negra Malbec Rosado Brut 2007 - delicisoso espumante rosé feito de Malbec. Como diria o "doidão" da Tikal: "és peligroso".

Tahuantisuyu Merlot 2005 - Nunca fui fã da Merlot na Argentina. Esse prova que pra toda regra há uma exceção. Muito bom, deve ser um dos melhores Merlots da Argentina.

Alma Negra 2005 - Corte "misterioso" de Tikal, é intenso, vigoroso e de ótimo corpo. Grande vinho.

Loucura 2003 - Lançado no evento, esse foi outro top 10, mas se fosse selecionar os top 5 ou até top 3, esse maravilhoso corte de 85% Malbec, 10% Bonarda e 5% Torrontés era presença garantida. Um vinho maravilhoso.

Chile

Amayna

Maravilhosa pequena vinícola-butique da fria região de Leyda, trouxe poucos mas ótimos vinhos. Todos destacando-se:

Amayna Chardonnay 2006 - Outro top 10, esse foi o melhor branco do evento. Estruturado e sem perder o frescor, enche a boca.

Amayna Sauvignon Blanc 2007 - Fresco, muito agradável

Amayna Sauvignon Blanc Barrel Fermencted 2006 - Muito bom, mas menos aromático do que os outros brancos da vinícola.

Amayna Pinot Noir 2006 - Sem dúvida um dos melhores "Pinots" da América do Sul

Amayna Syrah 2007 - grato lançamento. Um Syrah envolvente, muito intenso.

Viña Montes

Velha conhecida, é uma das minhas vinícolas preferidas no Chile. Além dos tão degustado e adorado Montes Alpha Cabernet Sauvignon, foram destaque:

Montes Alpha Carmenere 2007 - um Carmenere de livro. Talvez o melhor em sua faixa de preço.

Montes Folly Syrah 2005 - Outro grande Syrah do Chile. Grande vinho.

Montes Alpha "M" 2006 - Delicioso corte de Carmenere com Cabernet Sauvignon. Não pode ficar de fora dos 10 da noite.

Casa Lapostolle

Mundialmente conhecida pela eleição de seu Clos Apalta como o melhor vinho do mundo em 2008 segundo a Wine Spectator, compareceu com ótimas opções:

Linha Cuvée Alexandre - uma linha superior de monovarietais. Muito interessantes.

Borobo 2003 - segundo a casa, é um concorrente do Clos Apalta. Grande vinho. Uma curiosidade é que seu nome vem da fusão das mais famosas regiões da França: BOrdeaux, RhOne e BOrgonha.
Espanha
Ànima Negra
Se a diversidade não foi o ponto forte na "armada espanhola", esse único representante espanhol, da região de Mallorca, terra do grande tenista Rafael Nadal, foi, sem dúvida alguma, a grande e grata surpresa da noite. Com maravilhosos vinhos que têm como base uma casta nativa de nome "Callet", foram destaque:

ÀN2 2005 - Tinto potente, equilibrado. Ótimo corpo.
ÀN Ànima Negra 2005 - Potente e equilibrado como o anterior, se destacou pela ótima complexidade. Um vinhaço top 10.

Itália

Masi
Um dos mais famosos e conceituados produtores do Vêneto, destacando-se pela qualidade de seus Amarones.

Brolo di Campofiorin Ripasso 2005 - Amplo, longo, ótima opção de vinho gastronômico

Costasera Amarone della Valpolicella Clássico 2005 - Encorpado, com notas de frutas negras. Grande vinho

Castelo di Mantepò/Jacopo Biondi Santi

Propriedade do renomado Biondi Santi que produz vinhos na região de Maremma, ao sul da Toscana. Destaque para seu Morellino di Scansano Riserva 2000, Sossoalloro IGT 2005 e seu ótimo supertoscano Schidione IGT 2000.

Tenuta di Capezzana

Surpreendente. O melhor italiano da mostra na minha opinião. opinião. Dos mais simples aos mais elaboados, me agradaram todos os seus vinhos. Produzido na região de Carmignano na Toscana, não é à toa que é considerado o melhor produtor regional. Além do Villa di Capezzana Carmignano 2005, do Treffiano Carmignano 2004 e do Ghiaie della Furba IGT 2003, surpreenderam:
Chardonnay IGT 2007 - Chardonnay muito aromático e de muito frescor. Não passa por madeira.

Capezzana 804 IGT 2004 - Um Syrah 100% maravilhoso. Intenso e potente, um dos 10 melhores da noite.
Badia a Coltibuono

Tradicional produtor da região de Chianti. Seus Chianti Clássico e Riserva são bem típicos. Seu grande destaque foi um dos 10 grandes:
Sangioveto IGT 2004 - Excelente supertoscano. Aromas muito intensos e complexos.
Uruguai
Pisano
Outra ótima surpresa da noite. Já tinha conhecimento de muitos vinhos da Pisano, mas me surpreendi sobretudo com os de sobremesa. Vale ressaltar também a simpatia da diretora Fabiana Bracco, muito atenciosa e educada. A linha RPF é bem interessante, com varietais da uva Tannat, Pinot Noir, Syrah e Petit Verdot. O seu Late Harvest também é de qualidade acima da média. Mas o que chamou bastante atenção e que também entram como top 10 são:
Pisano Arretxea 2004 - Maravilhoso corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Tannat. Delicado, fino e complexo, é um vinhaço.
Etxe Oneco Tannat Licoroso 2005 - Um delicioso fortificado com notas muito evidentes de chocolate. Estaria entre um Amarone e um vinho do Porto.
Portugal
Luis Pato
Esse é o "cara" quando se refere à casta Baga e à região da Bairrada. De uma simpatia ímpar, nos brindou com maravilhosos vinhos como o branco Vinha Formal 2006, Vinhas Velhas tinto 2005 e o Quinta do Ribeirinho Primeira Escolha 2005. Todos grandes vinhos.
Quinta da Lagoalva
Os melhores portugueses da noite. Apresentando pelo educado enólogo-proprietário Diogo Campilho, a região do Ribatejo, agora rebatizada de simplesmente Tejo, estava muito bem representada. Destque para um incomum monovarietal de Alfrocheiro. Também me agradou muito Quinta da Lagoalva Talhão 1 Branco 2007, um corte de Albarinho, Verdelho e Sauvignon Blanc. Mais frescor impossível. Mas o seu grande vinho foi um dos top 10:
Lagoalva de Cima Syrah 2005 - Encorpado mas elegante, longo, muito equilibrado.
De Portugal ainda fique com boas impressões do Altano Reserva 2006, do Quinta do Côtto Grande Escolha 2001 e, de Porto, o Graham´s LBV 2003.
E finalmente, ainda tive um tempo de provar os bons australianos da Penfold´s e da Wynn´s. Ótimos vinhos, mas como fui avaliá-los no fim da evento, as impressões não tiveram tanto destaque.
Ficaram para a próxima: Viña Carmen do Chile, Tasca D´Almerita e Grappa Nonino da Itália, Quinta do Vesúvio e Quinta de Roriz de Portugal, Sileni States da Nova Zelândia, Alamos, Masi upungato e Altos las Hormigas da Argentina e Vallontano do Brasil. Afinal, como diria um grande amigo meu, sexta feira é preto na folinha.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Chablis Barton & Guestier 2006


Chablis Barton & Guestier 2006

França - Borgonha

AOC: Chablis

Produtor: Barton & Guestier

Uva: Chardonnay 100%

Graduação alcoólica: 12,5%

Preço: U$ 30,00

Onde encontrar: Duty Free Shop

A Barton & Guestier é um companhia que comercializa vinhos de várias renomadas AOCs da França como Chablis, Sauternes, Saint Emilión e Chateauneuf du Pape, entre outras. Ao que parece, não produz, apenas usa sua marca na distribuição e venda dos vinhos. A distribuição é maciça, havendo pouca padronização e nenhuma limitação no número de garrafas. Tudo contra o que fez dos vinhos franceses terem a fama de hoje.

Visual: Amarelo ouro, com reflexos dourados.

Aromas: Pêra, damasco, mel e frutas cítricas. Qualidade, intensidade e complexidade de medianas a boas.

Gustativo: Equilibrado, bom frescor. Boas qualidade e complexidade.

Comentários finais: Um vinho comum, sem nenhum grande atrativo. Esperava-se bem mais para um Chablis.

Nota: 84/100 pontos

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sociedade do vinho - Tannat

H0oje o encontro foi aqui em casa. Como sempre boa conversa, casos engraçados e, como não poderia ser diferente, ótimos vinhos. Selecionei 3 Tannats, sendo um deles assemblage, todos Uruguaios e com faixas diferentes de preços. A impressão foi positiva para todos.

A Tannat é uma uva francesa renegada em sua origem mas muito valorizada no Uruguai. O sucesso uruguaio fez os franceses reverem a uva. Hoje a região de Madiran, famosa pelo Cassoulet (o mais próximo de uma feijoada francesa), investe bastante na uva e com considerável sucesso.
Os vinhos e as avaliações:

RPF Pisano 2006
País: Uruguai.
Produtor: Pisano
Uva: 100% Tannat
Graduação alcoólica: 14%
Visual: Púrpura com reflexos viláceos
Aromas: Vinoso, frutas vermelhas. Média intensidade
Gustativo: Potente, jovem, ainda tânico e com acidez viva. Deve evoluir com o tempo.
Nota: 87/100 pontos
Preço: R$ 50,37
Onde encontrar: Mistral








Prelúdio Barrel Select Lote 77 2004
País: Uruguai.
Produtor: Estabelecimiento Juanico
Uva: 40% Tannat, 24% Cabernet Sauvignon, 20% Cabernet Franc, 12% Merlot, 2% Petit Verdot e 2% Marselán
Graduação alcoólica: 13%
Visual: Vermelho Granada com reflexos alaranjados
Aromas: Ótima intensidade, complexo. Notas de frutas vermelhas em compota e couro. Muita qualidade
Gustativo: Delicado, fino. Taninos agradáveis, bom corpo.
Um grande vinho.
Nota: 92/100 pontos
Preço: R$ 115,00
Onde encontrar: Expand


Tannat A6 Parcela única 2004
País: Uruguai.
Produtor: Bodegas Bouza
Uva: 100% Tannat
Graduação alcoólica: 15%
Visual: Vermelho rubi com reflexos granada
Aromas: Vinoso, frutas vermelhas. Boa intensidade
Gustativo: Potente, quente - até exagerado no alcool. Deve evoluir com o tempo.
Esperava muito mais desse vinho
Nota: 88/100 pontos
Preço: R$ 170,00
Onde encontrar: Decanter

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Heartland Cabernet Sauvignon 2006



Heartland Cabernet Sauvignon 2006

Austrália - Barossa Valley

Produtor: Hearland Wines

Graduação alcoolica: 14,5%

Preço: R$ 73,00

Onde encontrar: Estação do Vinho

Criada por um pequeno grupo de amigos que lideram o novo conceito de vinhos em South Austrália, e têm em comum a paixão por fazer grandes vinhos. Na direção da casa o enólogo Ben Glaetzer e os profissionais da indústria do vinho Grant Tilbrook e Vicki Arnold. Todos os vinhos são elaborados por Ben Glaetzer com uvas de vinhedos dos diretores da casa em Langhorne Creek e Limestone Coast. Envelhecimento em barricas de carvalho por um período de 12 meses.

Visual: Púrpura com reflexos violáceos, brilhante e com pouca transparência.

Aromas: Frutas vermelhas, pimenta do reino, côco queimado e tabaco. Ótimas qualidade, intensidade e complexidade.

Gustativo: Taninos firmes, quente e com acidez viva. Certamente um vinho que tem muito a evoluir. Muito equilibrio.

Comentários: Um grande vinho. Acredito que vai estar no auge em uns 3 anos.

Nota: 91/100 pontos

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Sociedade do vinho - Merlot

Como postado anteriormente, faço parte de uma confraria da qual sou tesoureiro e responsável pela seleção dos vinhos - a nossa Sociedade do vinho.

A atrasada reunião de julho foi acontecer no mês de agosto. No dia primeiro, reunimo-nos na casa do amigo Daniel para degustação de 3 Merlots de faixa de preço semelhantes e de 3 terroirs diferentes. Um fato interessante é que apenas um dos vinhos era 100% Merlot.

Merlot é talvez a segunda casta mais conhecida no mundo, perdendo apenas para a Cabernet Sauvignon. É de origem francesa e se destaca na região de Bordeaux, tendo sua maior expressão na margem direita do Gironde. Se em Bordeaux tem grande reputação, sendo a principal casta de um dos vinhos mais cobiçados do mundo, o Chateau Petrus, em nosso meio, provavemente devido à forte influência dos chilenos e argentinos de preços modestos, a Merlot ainda é bem discriminada. Pudera, essa casta de características masculinas (sim, é tida como uma uva masculina) quando pouco trabalhada, entra em desvantagem na concorrência com o grande número de Malbecs, Cabernet Sauvignons, Syrahs, etc sul americanos de preços semelhantes. Mas, aos criticos fervorosos dessa casta, eu convido a ampliar o horizonte e provar Merlots mais elaborados e de terroirs não tão óbvios. A impresssão vai ser surpreendente.

Esse foi o intuito da seleção. Seguem os vinhos e suas respectivas avaliações:

Chateau Bel Air Perponcher 2006
País: França Região: Bordeaux / Entre Deux-Mers
Produtor: Chateau Bel Air Perponcher
Composição: 80% Merlot & 20% Cabernet Sauvignon
AOC: Bordeaux Supérieur
Graduação Alcoólica: 13%
Um vinho produzido sob consultoria de Michel Rolland, de videiras entre 6 e 30 anos, com rendimento de 6 a 12 cachos por planta.
Visual: Vermelho rubi, com reflexos violáceos.
Aromas: Vinoso, frutas vermelhas e toques herbáceos. Muita qualidade e média complexidade.
Gustativo: Genoroso, bom corpo, taninos firmes e boa acidez, deve evoluir com o passar dos anos.
Comentários: Vinho muito correto, bom corpo, equilibrado. Ainda duro, deve melhorar em alguns anos.
Nota: 89/100
Preço: R$ 82,90
Onde encontrar: Decanter


Estates Los Osos Merlot 2002
País: Estados Unidos. Região: California/Pasos Robles
Produtor: J. Lohr
Composição: 79% Merlot, 8% Cabernet Sauvignon, 7% Cabernet Franc, 3% Petit Syrah, 2% Malbec e 1% Petit Verdot.
Denonimação de Origem: Paso Robles AVA
Graduação alcoólica: 13,7%
Produzido sob grande variação térmica, envelhece por 18 meses em carvalho americano e húngaro 25% novos. 88 pontos pela Wine Enthusiast.
Visual: Vermelho granada de média intensidade com reflexos alaranjados.
Aromas: Frutas vermelhas, Aniz e floral. Ótimas qualidade e complexidade
Gustativo: Taninos arredondados, ótimo corpo, muito equilibrado.
Comentários: Evoluiu muito bem nesses últimos 7 anos, encontra-se em seu apogeu.
Nota: 89/100
Preço: R$ 114,80
Onde encontrar: Decanter



Abadal 5 Merlot Plas de Bages 2003
País: Espanha Região: Cataluña/Plas de Bages
Produtor: Masies D´Avinyó
Composição: Merlot 100%
Denominação de Origem: Plas de Bages
Graduação alcoólica: 14%
Produzido nas colinas por detrás de Barcelona a partir de 5 clones diferentes da uva Merlot.
Visual: Vermelho rubi com reflexos granda. Média intensidade. Alguma borra no fundo - é um vinho não filtrado.
Aromas: Frutas vermelhas, caramelo, aniz. Boas qualidade e complexidade
Gustativo: Encorpado, taninos agradáveis, bastante equilíbrio.
Comentários: Sobressai principalmente no gustativo. Ótima opção gastronômica.
Nota: 88/100
Preço: R$ 113,60
Onde encontrar: Decanter






terça-feira, 11 de agosto de 2009

Confraria - amigos em torno do vinho

Uma ótima opção para reunir amigos que se interessam por vinhos é a criação de uma confraria. Ter um grupo, fechado ou não, que se reúne regularmente para degustar e trocar idéias é das coisas mais agradáveis que o vinho pode proporcionar.

Criei minha confraria há 2 anos, com reuniões mensais e degustações às cegas de vinhos seguindo temas pré-estabelecidos. São 7 participantes que se alternam como anfitriões e, em geral, são degustados 3 a 4 vinhos por etapa. Usamos sempre uma ficha de degustação padrão da Federação Italiana de Sommeliers (FISAR) que me parece muito completa e abrangente.

Seguem algumas dicas para a criação de uma confraria

5 motivos pra se criar uma confraria.
  1. A possibilidade de encontrar amigos e compartilhar momentos especiais - só o evento já é um motivo.
  2. A troca de idéias e o aprendizado - qualquer pessoa, por menos que conheça de vinho, sempre tem alguma coisa a acrescentar
  3. A possibilidade de provar vinhos das mais variadas origens e a preços que você sozinho não pagaria.
  4. Ter a possibilidade de registrar as características de cada vinho degustado e, depois de um tempo, ter um ótimo banco de dados.
  5. Poder de barganha - comprando vinhos mais caros e com regularidade, geralmente se consegue maiores descontos ou brindes nas importadoras. Além disso, confrarias maiores têm grande chance de ter como resposta um "sim" a convites feitos a produtores para mostrarem seus vinhos.

10 passos para criar uma confraria

  1. Definir o número de pessoas. Um número entre 7 e 14 é o ideal. Uma garrafa serve aproximadamente 110 ml para cada um de 7 participantes e pouco mais de 50 ml para 14. Acho 10 pessoas o número ideal (75 ml por pessoa)
  2. Fazer a escolha dos participantes a convidar. Lembre-se que esses serão companhias frequentes para momentos agradáveis. Pessoas arrogantes e com mais interesse em mostrar seus conhecimentos do que no aprendizado podem tornar as coisas desagradáveis no futuro
  3. Definir o local. O esquema de rodízio é o mais democrático. Cada participante fica responsável por organizar uma etapa (fichas de degustação, água, pães, etc). Há também a possibilidade de local fixo como um restaurante.
  4. Providenciar taças adequadas. Reuniões em um restaurante não têm esse problema. No caso de reuniões itinerantes, se o anfitrião não tem taça (e que sejam adequadas) para todos, aconselha-se a cada participante levar as suas (existem plásticos "aerados" para proteção de garrafas que são perfeitos para o transporte de taças padrão de degustação)
  5. Ficha de degustação. É fundamental manter um padrão de avaliação entre os participantes. Existem vários modelos. Se alguém tiver interesse, terei prazer em fornecer algumas.
  6. Definir funções. Numa confraria organizada, deve ter o secretário que tabulará as avaliações e organizará o banco de dados. Também deve ser indicado um tesoureiro para recolher as mensalidades e fazer o pagamento dos vinhos.
  7. Seleção dos vinhos. A seleção pode ser feita pelo anfitrião ou sempre pelo mesmo participante, indicado por ter maior conhecimento. Devem ser definidas quantos rótulos a serem provados. Recomendo 3 a 4 rótulos - mais que isso leva a piora no nível das avaliações.
  8. Definição de um calendário anual. Na primeira reunião do ano se decide o cronograma das próximas reuniões. Sempre tem um ou outro participante que não poderá comparecer àlguma etapa. Definindo antes, as pessoas terão tempo para se programar
  9. Definição de temas. Essa é dos mais importantes e mais prazerosos passos. Procure sempre manter uma só variável na comparação de vinhos: safra, país, preço, produtor ou uva. Não tem muito sentido comparar um Cabernet Sauvignon chileno de R$ 20,00 com um Pinot Noir da Borgonha de R$ 300,00, certo?
  10. Redigir um breve e simples regulamento. Num grupo de mais pessoas é importante orientar sobre pontualidade, silêncio durante as avaliações (degustadores são sugestionáveis), evitar odores fortes (perfumes em exagero, cigarros, etc), etc.

Por fim, seguem alguns exemplos de temas para degustações:

  1. Malbecs Argentinos na faixa de R$ 80,00 a R$ 100,00 e de mesma safra (ou de safras próximas). Compara-se produtores.
  2. 3 Bordeaux de mesma safra (ou de safras próximas) em diferentes valores: até R$ 80, enrtre R$ 80,00 e R$ 160,00 e acima de R$ 160,00. Comparam-se preços.
  3. 4 tintos espanhóis do mesmo produtor nas categorias Jovem, Crianza, Reserva e Gran Reserva. Compara-se elaboração.
  4. 4 vinhos do mesmo produtor, mesma safra e mesmo preço com uvas diferentes. Comparam-se uvas.


Sao tantos temas... Basta pôr a criatividade para funcionar.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Porquoi Mauresmo?

No tênis masculino a minha torcida e preferência é por Roger Federer, mesmo gostando e admirando outros tenistas como Rafael Nadal, Novak Djokovic, Juan Martin del Potro, Fernando González e outros. Mas, sobretudo, torço para o bom espetáculo. Nada melhor que uma grande decisão entre Federer e Nadal.
O tênis feminino, infelizmente, não está à altura do masculino. Jogadoras com pouca confiança e pouca consistência têm deixado os torneios previsíveis e um prato cheio para as irmãs Williams. Uma pena, já que há não muito tempo atrás, tínhamos grandes mulheres tenistas que davam competitividade ao circuito. Justine Henin, Kim Cljsters e as remanescentes Maria Shararpova e Amelie Mauresmo que, quando em boa fase, eram capazes de proporcionar bons espetáculos. Nessa época, gostava de ver o jogo da Henin por sua categoria e da Sharapova por seus atributos físicos. Mas minha torcida sempre foi e continua sendo a de Amelie Mauresmo.
Amelie chegou a ser primeira do mundo em 2004 e venceu 2 Grand Slams em 2006(Australian Open e Wimbledon). Ao assumir sua homossexualidade (uma pena!) em 1999, sofreu com comentários maldosos de suas colegas Martina Higins e Lindsay Davenport. Atualmente, passa por uma má fase no tênis e, ao que tudo indica, está mais pra abandonar do que voltar aos tempos áureos Torço para que eu esteja errado, gostaria de vê-la em ação em alto nível por mais algum tempo
Me agrada na tenista francesa a sua simpatia, sua beleza e seu bonito jogo - tem um belo backhand de uma só mão. Mas, sem dúvida, um dos motivos que fez simpatizar com a francesa foi o seu gosto (e bom gosto) por vinhos. Amelie Mauresmo é uma grande apaixonada por vinhos, sobretudo os tintos e os franceses. Afirma orgulhosa que tem em sua adega quase 600 garrafas. Em um documentário para a TV francesa, ela abre as portas de sua casa em Genebra e mostra sua coleção de grandes vinhos franceses. Treinadores e preparadores da tenista insinuam que a paixão dela é tão grande que ela chega ocasionalmente a exagerar na dose. Dizem ainda que é difícil acompanhá-la e que ela é capaz de derrubar muito marmanjo quando o embate é entre taças. Seria isso uma das causas de sua longa má fase no tênis?
Perguntada sobre seus favoritos, ela responde sem titubear: Chateau Latour, Chateau Haut Brion e ChateauYquem. Tem bom gosto a moça.

Amelie Mauresm0 - Tenista de bom gosto.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Adegas climatizadas - que tamanho comprar?

Dos amigos debutantes no mundo do vinho, frequentemente me vem essa pergunta: que tamanho de adega climatizada comprar? De fato, antes de comprar sua adega, é fundamental esse questionamento.

O que se percebe é que a maioria dos iniciantes dimensiona a capacidade necessária de sua adega por sua média de consumo. Aí, compram adegas de baixa capacidade e, à medida que se aprofundam no novo hobby, vão chegando à conclusão que subdimensionaram a coisa. Eu mesmo, quando do começo de minha aventura enolofílica, tive como primeira adega uma Art des Caves Avant Garde para 40 garrafas. Considerava 40 um número mais que suficiente e talvez até exagerado. Logo percebi que estava equivocado - menos de um ano depois, já tinha passado para uma Art des Caves Avant Garde de 90 garrafas. O fato é que com o envolvimento que se cria com a cultura do vinho, mal se percebe a facilidade e rapidez com que se consegue montar uma boa e vasta enoteca.

Antes do questionamento sobre o tamanho da adega, acredito que a prioridade a ser esclarecida é: pra que ter uma adega? Ou qual o sentido de uma adega climatizada? A meu ver, uma adega climatizada se presta a ser um ambiente o menos hostil para que os vinhos possam atingir o máximo de sua longevidade, evoluir e preservar suas características. Trocando em miúdos, ter uma adega significa ter a possibilidade de estocar vinhos de guarda em condições aceitáveis de acondicionamento.

Qual seria então o sentido de uma adega de 6 ou até de 12 garrafas? Nao vejo outra a não ser de atuar como uma lenta geladeira. Ora, ao invés de comprar uma mini adega dessas, economize seu dinheiro e compre um bom termômetro. Ele vai te ajudar a saber a hora certa de tirar o vinho da geladeira para o serviço. E, na geladeira, o vinho vai chegar mais rapidamente à temperatura ideal.

Aconselho, portanto, adegas de no mínimo 60 garrafas. Acredito que esse é um número que te permite ter uma coleção variada - países, uvas, safras, tipos, etc. Com essa capacidade, vai ser possível estocar tanto vinhos para consumo rápido quanto vinhos para guarda e para serem abertos em diferentes momentos importantes a virem.

E quanto àquela adega que você já comprou e que cabem 28 garrafas? Vai logo arrumando um amigo iniciante pra ficar com ela e parta para uma adega de verdade.




Adega climatizada: Pra quantas garrafas???