segunda-feira, 6 de julho de 2009

(Quase) Indigesto Coppola

Se foi o Guga que me fez acompanhar o tênis, certamente foi Roger Federer o responsável por eu praticar esse maravilhoso esporte. Ao ver o suíço em ação, jogar parecia tão fácil que resolvi me aventurar numa quadra com raquete e bolinhas. E desde então o tênis passou a ser uma das grandes paixões da minha vida. A sensação de evoluir e começar a jogar num nível ao menos razoável é indescritível.

Mas, assim como - acredito - a maioria dos tenistas amadores, acompanho de perto o circuito profissional. Aguardo ansioso por cada torneio importante, com aquele clima de copa do mundo.

Pois anteontem foi um desses dias em que fui dormir já pensando no jogo de domingo - a grande final de Wimbledon. O jogo entre Federer e seu freguês Roddick seria o palco da consagração do suiço. Vencendo, Federer chegaria ao 15º Grand Slam de sua carreira, se tornando então o maior vencedor da história. Essa eu não ia perder por nada.

Como de praxe nos grandes jogos, por volta das 9:50 (bem mais cedo que o habitual) estava eu de frente pra minha adega escolhendo qual seria minha companhia para aquele grande jogo. Sem pensar muito, elegi um "Coppola Diamond Series Claret 2005". Já havia provado recentemente esse vinho e tinha boas lembranças. Tratas-se de um corte bordalês típico - Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Malbec e Petit Verdot - produzido pelo famoso cineasta Francis Ford Coppola em Napa, Califórnia. Não chega a ser um dos grandes vinhos da Niebaum-Coppola - linda vinícola de Napa. Mas o produto é bem interessante.

Começado o embate, muito equilíbrio, mas tudo levando a crer que seria como sempre: Federer levando em "banho maria" até "a hora da onça beber água" (como diria o ótimo Paulo Cleto), momento decisivo do set, em que o suiço resolve "abrir a caixa de ferramentas" pra acabar logo com a brincadeira. Mas no 12º set, Roddick consegue uma quebra e leva o primeiro set. Um pouco de apreensão, mas tudo bem, ainda tem muito mais jogo.

Vem o segundo set, e a tônica é a mesma: muito equilíbrio, e vamos pro tie break. E eis que o americano segue avassalador: 6x2 e 4 match points. O que??? Americano??? Aí que mei conta e olhei pro rótulo. Como é que fui escolher logo um vinho da terra do Roddick? Isso pra brindar a consagração do suiço? Naquela hora eu precisava de um Gruyere... Quem não tem cão, caça com um gato: um brasileiríssimo chocolate Alpino reverenciaria o suiço. E assim foi. Federer milagrosamente virou aquele tie break "perdido" e ainda levou o terceiro set. O final da história todo mundo já sabe: uma final de encher os olhos, um impressionante e inesperado 3X2 (5-7 7-6 7-6 3-6 16-14) e a justa e comemorada consagração do suiço.

Posso dizer que não sou nem um pouco ligado a superstições. Mas, vinhos do Coppola, agora eu só abro pra brindar mais um ataque de Don Corleone e Cia.


Federer - consagração de um grande campeão



Diamond Series Claret Coppola - secando o campeão

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